quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Rally das Praias Algarvias

Ao esfolhear a revista Visão deparei-me com fotos e comentários incríveis acercas das praias algarvias, algumas das quais desconhecia. Foi então que tive a brilhante ideia de frequentar uma praia diferente sempre que tinha folga e descobrir os cantinhos escondidos da Costa Algarvia.



Monte Gordo
– De areal extenso e plano e km’s de água pelo joelho, é ideal para longas caminhadas. Praia aconselhada a crianças, idosos e para quem não sabe nadar. Enche-se de famílias inteiras vindas do Alentejo.

Altura/Alagoa – Até chegar á praia caminha-se por passadiços sobrelevados e observa-se a vegetação dunar.

Manta Rota
– Menos frequentada que a vizinha zona balnear de Monte Gordo, oferece ainda recantos tranquilos sobretudo nos extremos do areal. A noite diverte a malta no “Manta Beach”.

Fábrica
– O paraíso natural e selvagem de que já falei. Tem as melhores bolas de Berlim do Algarve (Pastelaria Felismina). Apanha-se o barco na Fábrica, antes de chegar a Cacela Velha. Frequentada principalmente por Lisboetas e Tias que chamam aos filhos de 3 anos por Você: “Menino António, deixe a senhora passar por favor”.

Terra Estreita - O percurso até à praia da Terra Estreita começa no cais de Santa Lúzia e com o embarque numa pequena lancha, segue numa viagem de cerca de sete minutos. A praia é na ilha de Tavira, parece um retiro tranquilo para banhos relaxantes em pleno Algarve. A travessia faz-se pelo custo de dois euros e cinquenta cêntimos e as crianças não pagam.

Praia do Barril - Pertence ao sistema de ilhas denominadas ilha-barreira. Para chegar à Praia do Barril poderá fazê-lo utilizando o comboio ou indo a pé, optando assim, por uma deslocação mais saudável e ecológica. A segunda hipótese possibilita, também, uma melhor observação de grande variedade de espécies animais (na travessia do sapal) e vegetais (na travessia das dunas).
Na travessia do sapal, e durante a baixa-mar, poderá observar uma espécie de caranguejo, assim como algumas aves aquáticas. É uma praia muito bem conservada e limpa.

Praia da Ilha da Fuseta – Apresenta-se renovada este ano porque durante o Inverno as casas foram demolidas. Ainda assim, não é das melhores. São multidões de famílias inteiras (a maioria Olhanenses), carregadas de geleiras que mais parecem arcas frigoríficas recheadas de comida e bebida (eu também levo geleira mas é pequenina e leva uma sandes, água e frutinha!). Apanha-se o barco na Fuzeta e demora cerca de 10 minutos a chegar.




Ilha do Farol – Deve ser das melhores praias/ilhas do Sotavento. Ideal para apanhar o bronze que tanto queremos e mergulhar no mar azul cristalino. A única desvantagem é a duração da viagem de barco assim como o preço (5 euro ida/volta partindo de Faro e leva 45 minutos a chegar.) Há que contar com algum atraso do barco!

Praia de Faro – Conhecida por Ilha de Faro (mas na verdade é uma península), é a que eu chamo praia dos jovens farenses, dos pobres, menos afortunados ou forretas e dos imigrantes franceses durante o mês de Agosto. O areal não é muito grande; uma cova de areia na rebentação das ondas faz com que a maioria das pessoas fique de imediato sem pé na água; as ondas podem vir a ser grandes e o mar tornar-se perigoso para quem não sabe nadar. O estacionamento é reduzido e após uma hora a procurar lugar damos meia curva e voltamos para trás (principalmente agora que a policia marítima e GNR andam a multar os que estacionam nos passeios). No entanto não deixa de ser bastante frequentada ao ponto de levares com os salpicos de água da gaja ao lado que abanou o cabelo ou ouvires o vizinho do lado a dizer que no Jumbo o azeite está em promoção. Ora bem… há justificação para as pessoas lá irem (incluindo eu). Para além de ser a praia mais próxima de Faro, é das poucas praias onde os bares, restaurantes e afins são a preços considerados normais para a nossa bolsa; onde não há negócios de roupa/bijutaria porque não há compradores; onde o homem do GelaDoce percorre a praia toda e vende apenas um gelado; onde podes ir à casa de banho do café mais próximo sem te cobrarem nada em troca…

Ancão
– Não é muito diferente da praia de Faro relativamente ao mar e areal. O caminho até à praia é de terra batida. Mas tem mais lugares de estacionamento e aparentemente, as pessoas que a frequentam têm mais dinheiro (é frequentada pelo Jetset). Integrada no Parque Natural da Ria Formosa, apresenta vários apoios de praia perfeitamente enquadrados nesta zona de inquestionável qualidade ambiental, sendo todo o Vale do Ancão envolvido por uma mancha florestal constituída predominantemente por pinheiros e vegetação dunar.

Dunas Douradas – Após a extensão de areia o areal ficou maior este ano no entanto a areia está um pouco grossa e escura. O acesso aos bares/restaurantes é quase impossível ao “povo”, os preços são impraticáveis.

Cavalo Preto – Praia muito bonita antes de chegar a Quarteira. Junto ao areal encontra-se uma lagoa e zonas com pinheiros, propício a piqueniques. Dizem ser conhecida como uma praia “Gay” (mas eu não vi lá nenhum).



Falésia – Fica em Vilamoura mas pertence à freguesia de Olhos’Água. Muito frequentada por jovens, principalmente lisboetas e portenses. Conhecida pelas fantásticas Sunset Party’s no Bar da praia NoSoloAgua.



Barranco das Belharucas -
O acesso recomendado até à praia é pedonal. O caminho é sinuoso e percorre um barranco rasgado na arriba, onde a vegetação cresce de forma exuberante. Muitas aves aproveitam a zona de bosque e algumas escavam abrigos e ninhos nas paredes rochosas, é o caso dos coloridos abelharucos que baptizaram a praia. O areal torna-se pequeno quando a maré está cheia.

Marinha – Situada em Lagoa, é de uma grande beleza natural, quer pelas suas rochas, quer pelos túneis naturais. É uma praia pouco frequentada e tranquila. O acesso à praia é feito através de uma longa escadaria. Foi considerada das mais belas praias de Portugal.



Alvor -
A Praia do Alvor tem a particularidade de fazer a divisão entre o oceano e a Ria do Alvor, assim, para além de um imenso areal encontra uma laguna interior, com uma extensa área de sapal e canais de águas calmas.

Burgau – Fica entre Lagos e Vila do Bispo. É um típico porto de pesca debruçado sobre o mar, num ambiente familiar e tranquilo. Junto ao Burgau existe uma fortificação construída no reinado de D. João VI. É quase impossível arranjar estacionamento. Os principais frequentadores da praia são estrangeiros que alugam casas (PS: “Burgau” é um tipo de cascalho utilizado nas embarcações como lastro).




Numa outra edição da Visão li sobre as maravilhas de Portugal e as 100 mais belas praias do Mundo, da qual a praia da Bordeira fazia parte dessa lista. Foi nesse mesmo instante que decidi, juntamente com 2 grandes amigos, explorar algumas maravilhas de Portugal na Costa Vicentina.

A Costa Vicentina (a Costa Oeste do Algarve) estende-se para mais de 60 km do Cabo de São Vicente, o ponto mais a sudoeste do continente Europeu, até Odeceixe na fronteira com o Alentejo. A costa rochosa e íngreme é intervalada por pequenas baías. O clima é menos ameno do que no resto do Algarve e a ondulação do Atlântico é espectacular, atraindo surfistas e praticantes de parapente.
A paisagem continua sem sofrer as alterações que normalmente o turismo traz e é rica em flora e fauna. O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina é uma das maiores reservas naturais em Portugal.
No concelho de Aljezur apreciamos a beleza natural e selvagem da Praia da Bordeira. Situa-se na foz da ribeira da Carrapateira, envolta de dunas e paisagens grandiosas. Com um extenso areal, é uma praia ventosa mas convidativa ao lazer. Próximo, encontra-se a formação rochosa do Pontal da Carrapateira, recortada por altas falésias.







Mesmo em pleno Verão o céu encontra-se nublado e o vento é fresco, nada convidativo para os amantes do sol e água. Para estes (que é o meu caso), a praia da Arrifana é ideal porque o seu considerável areal está abrigado pelas altas falésias. Na ponta da Arrifana, existe um miradouro natural sobre a Costa Vicentina que proporciona panoramas grandiosos. Pode-se observar uma curiosa formação rochosa no mar, ao largo da praia, denominada “Pedra da Agulha”.





Em direcção a Aljezur visitamos ainda Monte Clérigo. Praia extensa e familiar, envolta por casas de férias.




Após um passeio pelo centro histórico de Aljezur e já com os dentes a bater de frio no final da tarde, a ideia era conseguir um alojamento barato para passar a noite, já que dormir na praia era suicídio. Se não nos dessem abrigo seguíamos para Odeceixe que seria a vila mais próxima. Tínhamos uma hipótese não muito tentadora: dormir num quarto com mais 14 pessoas dos dois sexos.
No preciso instante em que dava uma dentada numa” tosta da casa” ouvi a conversa entre duas senhoras acerca de quartos para alugar. Foi mesmo naquele café junto à Igreja “Nova” que arranjamos um quarto numa casa alugada, mesmo no centro de Aljezur. Olhamos para o quarto com o nariz torcido porque a senhora tinha obesidade mórbida e devia ter dificuldades para realizar a sua higiene pessoal. Juntando 3 mais 3…a higiene do quarto também não devia ser das melhores. A roupa até cheirava bem mas pelo sim pelo não… tinha mais confiança nos sacos de cama lavados em casa!
Uma vez hospedados em Aljezur, as praias acima ficaram para uma próxima visita.
Nessa noite fomos jantar a um dos melhores restaurantes de peixe grelhado do País – Ruth O Ivo - e fomos abanar o capacete ao som de Reggae para “O Pont’a pé”, o bar com música mais fixe da zona (acho que era o única!).





Após uma longa visita à praia Vale Figueira (o caminho em terra batida e em mau estado demorou 1 hora ida e volta), fomos apreciar os surfistas na praia do Amado. Rodeada por altas falésias, é o paraíso dos amantes do surf e bodyboard.




Passámos por Pedralva – turismo de aldeia, para provarmos as melhores pizzas italianas do mundo feitas fora de Itália. Infelizmente a reserva no Restaurante Pizza Pazza tem que ser feita com antecedência porque a procura é grande. Servem pizzas das 20h às 24h.



Muitas praias ficaram por ver e os últimos cartuchos já estão a ser queimados. Assim, o rally das praias continua em 2011...

8 comentários:

Carlos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos disse...

Adorei este post. Mesmo muito bom. Adoro os retoques de humor dentro dos textos. És uma observadora nata. Tá muito bem escrito. Gostei ainda da seguinte parte: "Em direcção a Aljezur visitamos ainda Monte Clérigo. Praia extensa e familiar, envolta por casas de férias." Muito bem metido. Beijinhos muito grandes, Anita e espero em 2011 fazer-te companhia para completares este rally.

Marisa disse...

Também queroooooooooo! Beijo

Anónimo disse...

Olá Ana.
Numa pesquisa por "Pastelaria Felismina" vim ter a este blog, e gostei bastante desta reportagem.
Gostaria de saber se me pode ajudar no seguinte: qual a localização da Pastelaria Felismina? Há já uns tempos que procura por ela, mas as referências na net dividem-se entre a Fábrica e o Sítio da Casa Alta/Altura. É que vou ao Sotavento Algarvio em breve e gostaria de comer uma (ou mais) daquelas Bolas de Berlim que se vendem lá nas praias durante o Verão!
Muito obrigado.
João

Ana disse...

Olá João. Obrigada pela sua visita ao blog, mesmo que inesperada.
Na verdade eu só como as tais bolas de Berlim na praia e nunca me lembrei de as comer fora da época balnear. Elas são vendidas na praia da fábrica e também em Altura. Eu sou do Algarve por isso vou tentar obter a informação correcta para lhe dizer. Estou também indecisa entre a casa Alta e Vila Real de St. António. Vá passando por cá para ver se já tem alguma resposta minha.

Ana disse...

João...fui à procura da pastelaria Felismina e encontrei :)
fica em Casa Alta, em Altura. Mas só abre ao público a partir do dia 1 de Junho. Tenho o número, se quiseres!

Anónimo disse...

Ana, nem tenho palavras! Muito obrigado! Assim já me oriento: tenho mesmo que passar por Casa Alta!
João

Ana disse...

De nada João. Assim eu também fico a saber onde é :)